sábado, 16 de janeiro de 2010

O cabaz eleitoral

O programa eleitoral dum partido assemelha-se a um cabaz de fruta que nos é oferecido com prospectos e fanfarra. Chegada a época da propaganda, escolhemos o cabaz que contém maioritariamente frutas nossas preferidas, o que não significa que no mesmo cabaz não haja alguma, quiçá uma só, que nos repugne. E ninguém pode obrigar-nos a comer dessa espécie somente porque aceitámos o cabaz. Ora, colocados em dado momento na iminência da obrigatoriedade legal de incluir a tal fruta na dieta, é lógico que se promova um referendo ou se submeta a decisão a votação secreta. Não permiti-lo é forçar a aceitação do concreto que nos desagrada, sob o pretexto de ele se incluir num conjunto sofrível.
Se um governante pode dar-se ao luxo de não nos dar algumas das frutas prometidas ao som capitoso da tal fanfarra eleitoral (e há bons exemplos disso), também ao cidadão deve assistir o direito de ser respeitado na excepção que mais lhe desagrade. Houve no passado dia 8 de Janeiro um bom exemplo disso.

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